quarta-feira, 26 de setembro de 2012

  • O segundo paragrafo do texto que me precede ,e que conta uma passagem anedótica da vida de  William Blake ,serviria muito bem de ensejo para o que irei a escrever a seguir ,mas é apenas uma coincidencia.
  1. PALAVRAS VALEM A PENA
    ...



    Há alguns anos atrás trabalhei na região dos jardins num momento em que as coisas não andavam nada bem. Não sei por que cargas d’gua decidi subir diariamente a pé e de mochila nas costas a Rua Casa Blanca ,aquela que começa na Av. Paulista, foi nesse diário trajeto que dei ciência da minha loucura, pois, admirado descobri a sinuosa beleza das arvores, a imperiosa majestade com que se prendem no solo ao modo de garras de velho condor,enfileiradas fazendo sombra, ou melhor, tirando o brilho ao luxo dos prédios , era como falar com deus; nesse matutino trajeto fiquei convencido que diariamente elas(as arvores) me esperavam com os braços abertos a me mostrar cada fenda, seus olhos o seu córtex cortado e a lacrimosa de seus caules.A coisa foi ficando pior pois passei a pesquisar às arvores, as suas categorias, origem, morfologia e classes até o formato de suas folhas sua geografia,pois sequer eu sabia com quem estava falando, se eram pinhos ou carvalhos,Nogueiras ,seringueiras,cajueiros,mamoeiros,jequitibás, mangueiras,seringueiras ou o abacateiro do Gil, em fim, arvores mil.

    Terceiros olhos aparte, esta minha urbana experiência desceu diretamente na aula que apresentou a nos William Wordswoth e seus Narcisos (mais de mil) me culpei um pouco por haver relacionado num primeiro momento o titulo do poema ao personagem da mitologia grega e seu significado.

    Desde os primeiros semestres desta nossa acadêmica caminhada, às vezes nem tão acadêmica, verificamos de forma cartesiana que os acontecimentos sócias são os grandes produtores das diversas narrativas e a mudança de suas características estéticas ao longo da história, e no nosso caso da historia de ocidente. A gente tem falado da singular percepção do poeta e sua extraordinária espiritualidade depois compartilhada com nos. Como épocas tão difíceis e tumultuadas podem provocar reações tão sublimes como este poema? Wordsworth, grosseiramente traduzido para o português quer dizer: Palavras valem ou a palavra vale a pena.


    Ainda dentro deste contexto Vale a pena citar a Tagore:

    "A terra, insultada, vinga-se dando-se flores".





    'SOLITÁRIO QUAL NUVEM VAGUEI'

    Solitário qual nuvem vaguei
    Pairando sobre vales e prados,
    De repente a multidão avistei
    Miríade de narcisos dourados;
    Junto ao lago, e árvores em movimento,
    Tremulando e dançando sob o vento.

    Contínua qual estrelas brilhando
    Na Via Láctea em eterno cintilar,
    A fila infinita ia se alongando
    Pelas margens da baía a rondar:
    Dez mil eu vislumbrei num só olhar
    Balançando as cabeças a dançar.

    As ondas também dançavam neste instante
    Mas nelas via-se maior a alegria;
    Um poeta só podia estar exultante
    Frente a tão jubilosa companhia:
    Olhei – e olhei – mas pouco sabia
    Da riqueza que tal cena me trazia.

    pois quando me deito num torpor,
    Estado de vaga suspensão,
    Eles refulgem em meu olho interior
    Que é para a solitude uma bênção;
    Então meu coração começa a se alegrar,
    E com os narcisos põe-se a bailar


    William Wordsworth
    in 'O olho Imóvel Pela Força da Harmonia'
    Tradução de Alberto Marsicano.



    ernesto caceres

terça-feira, 25 de setembro de 2012

William Blake


William Blake nasceu no dia 28 de novembro de 1757 em Londres, segundo filho do casal James e Catherine Blake.  Viveu sua infância em meio a paisagem pastoril dos subúrbios de Londres apreciando os campos verdes e os bosques, o que veio a influenciar toda a sua vida, bem como suas obras.

Aos oito anos de idade ele relatou ter tido sua primeira experiência como vidente: durante uma dessas caminhadas, olhou para uma árvore e a viu repleta de anjos, o que foi considerado pelo seu pai como uma mentira (A figura do anjo sempre acompanharia Blake e sempre estaria presente em seu trabalho, embora seu significado viesse a sofrer várias transformações).

Em 1782, aos 24 anos, Blake casou-se com Catherine Sophia Boucher, uma jovem simples e analfabeta, a quem ele viria  a ensinar a ler e pintar, e que o auxiliaria ao longo de sua vida, colorindo grande parte de suas gravuras. O talento artístico de Blake foi desenvolvido e ficou evidente após tornar-se aprendiz do grande impressor James Basire que lhe atribuiu a tarefa de executar ilustrações de tumbas e monumentos na Abadia de Westminster, onde aprendeu a admirar a arte gótica e também artistas de escolas anteriores, tais quais Durer, Rafael e Michelangelo.

Considerado maníaco, Blake era impopular. E sabia por quê: como homem, intratável; como artista e escritor, excêntrico. Na verdade, os adjetivos se aplicam a uma única personalidade. Obsessivo, defendia suas ideias alheio a quaisquer consequências; visionário praticava uma arte complexa rejeitada por colegas de ofício e ignorada pela maior parte do público. Ou seja, Blake moldara seu caráter e sua obra com a matéria inquebrantável do ideal. 

Seus dois importantes livros de poesia - Songs of Innocence (1789) e Songs of Experience (1794) - traçam o eixo de sua obra, que poderia ser identificado com uma busca jamais concluída por ele e que oscila sempre entre um extremo e outro: recuperar a felicidade da infância ameaçada pela corrupção do homem maduro. Este homem, no entanto, torna-se a via para o alcance da harmonia entre natureza e espiritualidade. O tema de Blake é a sondagem da alma humana através do conflito eterno entre o bem e o mal, a inocência e o pecado. E se, para isso, ele recorre à natureza, é para transformá-la em seguida em verdade espiritual. Com ânsia de romper furiosamente a tradição do sistema religioso ocidental, ele cedeu a necessidade de criar seu próprio sistema místico, influenciado por Swedenborg, Paracelso, Bohme e a Bíblia, de um lado, e Milton, Dante e Shakespeare, de outro. Por isso seu universo está repleto de deuses ou personificações como Urizen, Los, Orc, etc., representantes de uma utopia concretizada em palavras poéticas e imagens gravadas, uma nascida de seu ventre retorcido e animada por seu próprio hálito.

A formulação poética e conceitual desse universo particular se dá em dois pequenos livros “proféticos”, produzidos no mesmo período que o dos livros poéticos - O Livro de Thel (1789) e O Matrimônio do Céu e do Inferno (1790); um universo que se desenvolve nos escritos posteriores e se converte na espantosa construção das últimas obras.

Blake parece nos desprezar, quando na verdade apenas nos provoca. Suas idéias, misturadas a arquétipos - valores espirituais e etapas do desenvolvimento do espírito -, se expressam em paradoxos, visando a subversão dos conceitos cristãos em nós enraigados, atraindo-nos para sua convicção de que a dicotomia (Bem = Alma = Céu; Mal = Corpo = Inferno) é causa da infelicidade humana. Apenas a interação dessas duas faces seria a fonte da felicidade plena. O recurso usado por ele foi privilegiar a imaginação e relegar a segundo plano a razão, limitadora do Gênio Poético.

“Faça o que faça, a vida é ficção, / E formada de contradições.” A visão recupera a identidade humana, propõe Blake, pois com “engenho e arte” o homem casa os contrários. Para isso, porém, deve utilizar a chave, a imaginação, ou visão. Na primeira visão, percebe o mundo em sua aparência; na segunda, olha e entende as imagens intelectualmente, com o auxílio dos conhecimentos adquiridos; na terceira, acrescenta emoção ao conhecimento, de modo a compreender e sentir ao mesmo tempo; na quarta, penetra no reino da percepção espiritual, que lhe permite captar a única realidade “real”: a alma universal, eterna, princípio formador, em contraste com o mundo temporal, mera sombra. Assim é em O Matrimônio; assim é em Thel: “A Imagem Imaginativa retoma pela semente do Pensamento Contemplativo”, diz ele.

Nas palavras de um crítico e historiador da literatura que soube compreendê-lo e sintetizar a natureza de sua dificuldade, OttoMaria Carpeaux: 

(...) aquelas mitologias fantásticas não se limitam a séculos longínquos: os paranoicos, nos manicômios modernos, continuam a fabricar religiões particulares dessa espécie. Blake está situado entre profeta e louco; a verdade das suas visões reside na sinceridade do amor humano que é a base das suas conclusões revolucionárias, e a expressão dessa verdade é uma poesia de pureza celestial”.

Em doze de agosto de 1827, 3 Fountain Court, Strand, Londres: assistido pela mulher Catherine Sophia, Blake morre aos 69 anos. Em seu leitor de morte ainda encontrou forças para executar o retrato da esposa, sua fiel companheira. Acredita-se que suas últimas palavras tenham sido: "Vocês não podem imaginar quão maravilhoso é o lugar para onde estou indo". 

O Limpa-Chaminés

Chaminés eu varro, na fuligem me aninho,
Pois perdi minha mãe ainda bem pequenininho.
E quando fui vendido por meu genitor,
Mal podia gritar "limpador!", "limpador!".

Tom Dacre, de cabelo cacheado,
Chorou ao ver que havia sido tosado:
"Tom, não te aborreças se raspam tua cabeça,
Não há mais fuligem que teu cabelo enegreça".

Tom então se acalmou, e assim que dormiu,
Naquela mesma noite, em seu sono viu
Que Dick, Joe, Ned e Jack e outros mil da profissão
Haviam sido lacrados em negro caixão.

Eis que surge um anjo com chave brilhante,
E a todos liberta num mesmo instante.
Sobre verde planície, saltitando e rindo,
Banham-se num rio, ao Sol refulgindo.

Em pálida nudez jogam as trouxas ao chão;
Nas nuvens, brincam ao vento, em distração;
E o anjo disse a Tom que, se ele fosse um bom menino,
Seria feliz por toda vida e filho do Pai Divino.

Tom então despertou e, antes do alvorecer,
Voltamos com escovas ao nosso dever.
Fazia frio de manhã, mas Tom estava aquecido;
Pois quem cumpre o dever jamais será ferido.

(Canções Da Inocência - 1789)




O Monte & o Grão


"O Amor não busca o Próprio agrado,
Nem por si mesmo tem cuidado;
Mas pelo outro tem esmero,
E cria um céu no desespero".

Assim cantou um monte de Barro,
Pisado pelos pés do gado;
Porém, um grão do ribeirinho
Cantou seus versos direitinho:

"O Amor a Si quer agradar,
E em outro alguém Se deleitar;
Alegra-se com a aflição alheia
E o Céu, num Inferno incendeia".

(Canções Da Experiência - 1794)



A Voz do Demônio

Todas as Bíblias ou códigos sagrados têm sido as causas dos seguintes Erros:
1. Que o Homem possui dois princípios reais de existência: um Corpo & uma Alma.
2. Que a Energia, denominada Mal, provém apenas do Corpo; & que a Razão,denominada Bem, provém apenas da Alma.
3. Que Deus atormentará o Homem pela Eternidade por seguir suas Energias.
Mas os seguintes Contrários são Verdadeiros:
1. O Homem não tem um Corpo distinto de sua Alma, pois o que se denomina Corpo é uma parcela da Alma, discernida pelos cinco Sentidos, os principais acessos da Alma nesta etapa.
2. Energia é a única vida, e provém do Corpo; e Razão, o limite ou circunferência externa da Energia.
3. Energia é Deleite Eterno.


Quem refreia o desejo assim o faz porque o seu é fraco o suficiente para ser refreado; e o refreador, ou razão, usurpa-lhe o lugar & governa o inapetente.
E, refreando-se, aos poucos se apassiva, até não ser mais que a sombra do desejo.
Essa história está relatada no Paraíso Perdido, & o Governante, ou Razão, chama-se Messias.
E o Arcanjo Original, ou possessor do comando das hostes celestiais, chama-se Demônio ou Satã, e seus filhos chamam-se Pecado & Morte.
No Livro de Jó, porém, o Messias de Milton chama-se Satã.
Pois essa história tem sido adotada por ambos os lados. Em verdade, pareceu à Razão que o Desejo havia sido banido mas, segundo a versão do Demônio, sucumbiu o Messias, formando um céu com o que roubara do Abismo.
Isso revela o Evangelho, onde ele suplica ao Pai que envie o confortador, ou Desejo, para que a Razão possa ter Idéias sobre as quais se fundamentar, não sendo outro o Jeová da Bíblia senão aquele que moranas flamas flamantes.
Sabei que Cristo, após sua morte, tornou-se Jeová.
Mas, em Milton, o Pai é Destino, o Filho, Quociente dos cinco sentidos, & o Espírito Santo, Vácuo!

NOTA: A razão pela qual Milton escreveu em grilhões sobre Anjos & Deus, e em liberdade sobre Demônios & Inferno, está em que ele era um Poeta autêntico e tinha parte com o Demônio, sem sabê-lo.

(O Matrimônio Do Céu E Do Inferno - 1790)



Referências Bibliográficas:

BLAKE, William, 1757-1827. Canções da inocência e Canções da experiência: os dois estados contrários da alma humana / William Blake; tradução, textos introdutórios e comentários Gilberto Sorbini, Weimar de Carvalho. - São Paulo: Disal, 2005. 
______, O matrimônio do céu e do inferno e O livro de Thel / William Blake; tradução José Antônio Arantes.- 3.ed.-5. reimpressão - São Paulo: Iluminuras, 2007. 


Postado por Christopher 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

JOHN DONNE

Nascimento: Entre 24 de janeiro e 19 de junho de 1572 (Londres, Inglaterra). 

Morte: 31 de março de 1631 (Londres, Inglaterra). 

Estilo e gênero: Um dos grandes poetas metafísicos de sua era, sua poesia apresenta um misto de engenhosidade, paixão, erudição e sagacidade. 

Principais obras
  • Poesia: 
Poems, 1633 (publicação póstuma) 

  • Sermões:
LXXX Sermons, 1640 (publicação póstuma) 
Fifty Sermons, 1649 (publicação póstuma) 
XXVI Sermons, 1660 (publicação póstuma) 

  • Prosa:
Pseudo-Martyr, 1610 
Ignatius His Conclave, 1611
Devotion Upon Emergent Occasions, 1624 
Essays in Divinity, 1651(publicação póstuma). 

 John Donne pertencia a uma família católica de destaque em um tempo em que era perigoso seguir abertamente essa fé. Seu pai foi um próspero funileiro e a mãe era filha de John Heywood, o dramaturgo. Donne foi educado em Oxford e depois na Universidade de Cambridge, mas não pôde obter diploma dessas instituições por conta da sua religião. Aos 20 anos, ingressou em Lincoln's Inn para estudar Direito. Porém, apesar de sua evidente inclinação para o aprendizado, quando jovem era também mulherengo e aventureiro. Em 1596, Donne partiu de navio na expedição de Cádiz e depois, com Walter Raleigh, em 1597, foi caçar tesouros de navios afundados nos Açores. Seus poemas "The Storm" e "The Calm" (ambos de 1597) lembram essas experiências.
Em 1601, Donne tornou-se membro do parlamento representando Brackley, mas essa carreira civil altamente promissora foi arruinada quando ele se casou secretamente com uma adolescente, Anne More. A união aconteceu à revelia do pai de Anne e Donne passou algum tempo na cadeia. Em consequência, aos 14 anos seguintes de sua vida foram profissionalmente pouco auspiciosos e marcados por problemas financeiros. Donne acabou caindo nas graças de Jaime I, que recomendou que ele procurasse uma carreira na Igreja, conselho que ele seguiu com muito sucesso até sua morte em 1631. com o passar do tempo no púlpito, o poderoso conteúdo de seus sermões atraiu muita atenção e elogios. Os escritos religiosos também o ajudaram a obter um doutorado na Universidade de Cambridge e a disputadissíma reitoria da catedral de Saint Paul. Esses sermões foram publicados postumamente em três volumes.
Muito da poesia de Donne é difícil de ser datado. Porém, costuma haver consenso em atribuir seus poemas de amor e sátiras à juventude e a poesia mais devota. Bem como os sermões, aos tempos em que serviu à Igreja. Embora seus escritos circulassem amplamente durante sua vida, o grosso de sua obra só foi publicado após a sua morte.
A poesia mais antiga de Donne em geral é francamente sexual e pode ter sido inspirada pelo relacionamento físico muito próximo com sua mulher, que lhe deu 11 filhos, embora nem todos tenham sobrevivido à infância. A luta do escritor com a fé católica e sua subsequente conversão à Igreja anglicana são expressas em polêmicas obras em prosa, como Pseudo-Martyr (1610) e Ignatius His Conclave (1611). 

UMA FUSÃO DE SANGUE

Na tradição metafísica, boa parte da poesia de amor de Donne funde duas ideias disparadas para criar outra, elaborada e extravagante (uma metáfora engenhosamente ampliada), que une os aspectos emocionais e intelectuais. Em "A pulga", poema que se dirige ao objeto um amor não correspondido, Donne descreve como a pequenina praga sugou sange de ambos. Esse incidente, ligeiramente desagradável, é transformado em causa para a celebração romântica, quando a fusão do sangue se transforma em símbolo do casamento, do sexo, da procriação, tudo ao mesmo tempo. O poeta usa essa concepção para defender sua união real. 


Texto retirado do livro : 501 grandes escritores - Editor geral: Julian Patrick, com prefácio de John Sutherland - RJ: Sextante, 2009
Postado pelo grupo: Adriane, Ana Paula e Edmar.

sábado, 15 de setembro de 2012

Romeu e Julieta: a cena final

Segue a cena final do filme Romeu + Julieta (1996), que corresponde ao Ato V, Cena III da peça de Shakespeare.


(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana).

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Please, read Act 5 from Romeo and Juliet carefully and comment on the following topics:



1- Draw a parallel between the “death scene” in the play and in the movie.
  • What connections can you establish with the “love scenes” in the play?
  • How did the director recreate it in the film?


2- Consider the last speech by Friar Lawrence. What is its function in the play? Relate it to the Prologue at the beginning of the play.

3- Consider the last speech by the Prince. In what way does it ‘expand’ the concept of love?
I look forward to your discussion. 



Pode responder em inglês ou em português

Atividade postada a pedido de Profª Drª Cielo Festino

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Soneto CXVI

A sagrada união de almas duas, fiéis, Entraves não admito: amor não é amor Que se altera se encontra alguma alteração, Ou se inclina a mudar ao ver o que é mutável. Oh! não,é sempre um marco eternamente erguido; Imóvel, testemunha, o furor da tormenta; Astro a que toda nau errante se reporta, De incógnito valor, se bemque mensurável. Não é do Tempo o bôbo, embora venha a sua Curva foice atingir faces e lábios rubros Não lhe abalam o curso horas breves, semanas; Até a hora da morte ele fica imutável. Se puderem provar que me tenha enganado, Eu jamais escrevi, ninguém jamais amou. Boa noite a todos, Heloisa Rocha Pires

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Romeu e Julieta: a cena do duelo

Cena do duelo entre Tebaldo e Mercúcio (Ato III, Cena I), igualmente do filme Romeu + Julieta (1996).


(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana).

Romeu e Julieta: a cena do balcão

Segue a famosa cena do balcão (Ato II, Cena II), do filme Romeu + Julieta (1996).


(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A rainha Mab

4/09/2012
Aproveitando da informalidade do gênero blog, vou comentar um pouco essa história da rainha Mab. Do meu jeito, é claro. Vamos lá.  Seguindo a deixa do nosso ingenuo Romeu : - Tive um sonho essa noite....fica pressuposto um presságio, que via de regra, não costuma ser coisa muito boa.  Quando Mercúcio responde dizendo que quem tinha estado com ele era a rainha Mab, a parteira das ilusões, do tamanha da pedra ágata, e prossegue em um infinito desfilar de características da monarca, pensei imediatamente no imaginário brasileiro, em nosso folclore tão rico de sacis e currupiras, yaras e botos, neguinho do pastoreio...sêres que vagueiam pelas mentes mais primitivas e infantis.  Acho provável que se Romeu e Mercúcio fossem brasileiros, se a peça shakesperiana fosse contextualizada no Brasil, a minúscula rainha deixaria de existir para dar lugar aos nossos personagens de infância.
                                                                     Heloisa Rocha Pires

domingo, 2 de setembro de 2012

Romeu e Julieta: a cena do baile

     A cena a seguir pertence ao filme Romeu + Julieta (1996), dirigido por Baz Luhrmann e estrelado por Leonardo DiCaprio e Claire Danes. O longa-metragem é uma adaptação moderna da tragédia de Shakespeare e o trecho corresponde ao Ato I, Cena V.


     Há muitas coisas interessantes a serem apontadas sobre essa adaptação: na cena anterior, Mercúcio oferece a Romeu um comprimido de ecstasy, em uma clara referência aos sonhos provocados pela Rainha Mab. As caracterizações das personagens no baile fazem alusões diversas: Romeu está fantasiado de cavaleiro, Julieta como um anjo, Tebaldo usa chifres de diabo e Mercúcio, uma das personagens que introduzem humor à peça, se veste como uma drag queen
     Apesar de algumas modificações, Romeu + Julieta mantém em sua essência a mesma trama da peça original de Shakespeare e os diálogos idealizados pelo autor.

(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana)

Rainha Mab

A Rainha Mab


As lendas contam que Mab como uma Fadinha travessa, certas noites emaranhava as crinas dos cavalos e as cabeleiras dos Elfos. À ela também era atribuído o poder de ensinar às jovens donzelas os mistérios do Amor a a aprenderem a suportar o peso de seus maridos na noite de Núpcias. Mab, como Rainha teria uma bela carruagem feita de uma única e resplandescente pérola, conduzida por 4 insetos mágicos. Logo cedo, teria como costume voar alegremente em sua magnífica carruagem montada num raio de Sol. À noite, normalmente embalava os sonhos dos jovens enamorados. Em tais circunstâncias, Mab trajaria um diáfano Véu Azul, até hoje lembrado na Inglaterra e Escócia como o Véu dos Sonhos, tecido apenas pelos suspiros dos apaixonados enquanto dormem. Este é o Véu dos Doces Sonhos dos Amantes, que fazem-nos ver a Vida cor-de-rosa Nas tradições populares galesas rege as fadas ellyllon. As vezes a descrevem como parteira das fadas, e "mab" quer dizer "bebê" em galês. Seu título de rainha (queen), pode ter originalmente outro significado, pois "quean  significa musa. Porém, não são bebês, mas sim sonhos que a atraía para este mundo.


O dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare foi talvez um daqueles que mais contribuiu em suas obras para enaltecer os encantos de Mab.Segundo ele, a Fada Mab teria o poder de proporcionar aos Homens a realização de seus mais íntimos desejos sob a forma de sonhos.Shakespeare se referiu a ela como a fada que proporcionava aos homens seus desejos mais íntimos sob a forma de sonhos. Dizem que quando vaga através das mentes dos amantes, estes sonham com o amor; quando passa pelos corredores dos palácios, sonham com gentilezas; quando sobrevoa os dedos dos advogados, sonham com honorários; e quando cruza os lábios das damas, sonham com beijos. Shakespeare apontou uma descrição encantadora e caprichosa dela em "Romeu e Julieta", ao dizer que "chega sob a forma não maior que uma pedra de ágata no dedo indicador de um almotacé". Sua carruagem era uma vazia casca de avelã cujas rodas têm os raios feitos com longas patas de aranha. O toldo é feito de asas de cigarras. As rédeas são tecidas com teias de aranha e os arreios feitos de luar. O cocheiro é um mosquito pequeno e cinza. Quando ele bate com seu chicotinho numa pessoa, ela sonha com aquilo que quer ser. A Rainha Mab surge para te trazer sonhos, desejos e aspirações enquanto não realizados, porém também traz idéias, criatividade,fertilidade e inspiração que te ajudarão a tornar realidade teus sonhos. Portanto, atreva-te a sonhar e a viver teus sonhos. Não permita que os outros te afastem do que realmente desejas.



Segundo as tradições européias ainda hoje, se você sonhar com a Rainha Mab, isto é sinal de ótimos augúrios ! Significa que a pequena Fada Mab estará lhe enviando novas idéias para concretizar seus desejos e aspirações ainda não realizados! Portanto nunca desista de seus sonhos, pois além das Forças Divinas, você poderá ainda contar com a "ajudinha" extra da Protetora dos Enamorados do Reino Etérico, Mab a Rainha das Fadas.Ainda hoje existem pessoas que acreditam ser possível o encontro com a Rainha das fadas segue abaixo um ritual com o qual seria possível encontrá-la.


RITUAL: É chegado o momento de encontrar a própria Rainha Mab.Tente então relaxar e dissipar de teu pensamento de qualquer preocupação cotidiana. Imagine agora que te encontras em um bosque onde há um antigo carvalho. Vá de encontro a ele e verá que a Rainha Mab lá se encontra e o convida para um passeio em sua carruagem através da Ponte do Arco-Íris. Quando estiver dentro dele, absorva cada cor em tua aura. Cada uma delas tem um significado e uma propriedade. No momento adequado Mab te mostrará ainda muitos segredos do seu Mundo de Sonhos.Quando retornares à terra, agradeça pela jornada e retorne a tua consciência de vigília.



  

Texto adaptado de:
Acesso em : 02\09\2012 ás 12:38
e
Acesso em: 02\09\2012 ás 13:40




sábado, 1 de setembro de 2012

Ops! Inadvertidamente não coloquei o nome do Jorge dentre os componentes do meu grupo não foi a minha intenção desconsiderar a sua inefabilidade. ernesto.

-A RAINHA MAB -

Boas noite nobre professora Cielo e caros colegas deste derradeiro semestre, eis me aqui,de livre e espontânea obrigação a estragar esta bela página blogeristica, criada caprichosa e caprichadamente pela nossa amada alessandra que para variar(sem trocadilho) está de para-bénsas." Acompanham me neste acadêmico esforço,a quadrilha de seis formada pelos inefáveis: Fernanda,Antoniel,André,Marcos e quem vos escreve(tão destalentosamente) Ernesto.é inútil dizer que a pagina de um Blog nos convida a escrever de modo despropositado se a finalidade é acadêmica ou não,ainda mais quando os ponteiros do relógio apontam para o inicio de um novo dia.esperando não ter ferido sensibilidades morfo sintáticas gramaticas e dramáticas, vou falar,agora é prá valer,sobre a Rainha Mab, ou será a Rainha Má? A Rainha Mab é a Rainha das Fadas , segundo a lenda foi ela quem ensinou o mago Merlin a sua magia ,Mab Rainha das fadas da antiga religião Celta, que junto a sua irmã a “Dama do lago” fazem parte da velha tradição Céltica, comenta se que a Rainha Mab é aquela que traz os sonhos e através destes dá esperança e felicidade ; o seu véu azul tem efeito balsâmico quando cobre o rosto do homem que sofre (segundo um trecho do poema de Ruben Dario) aliviando suas dores e trazendo alegria e esperança.Capaz de revelar o passado presente e futuro, é quem trança as crinas dos cavalos de Elfo e deixa nos lares humanos duendes com aparência de nenês quando os rouba. Mab(culpável deste trabalho bloguistico) foi magistralmente descrita no discurso que Mercucio Profere na peça do universal Shakespeare.É bom que se saiba que este discurso –que fala da MAb- é motivo de amplo estudo dos especialistas em Shakespeare e um rito de passagens para os estudantes da matéria, pois a fala está cheia de simbolismo e imagens alegóricas , ainda que numa entretida leitura possa parecer que em pouco contribui com o desenvolvimento da peça.Não sei se é conveniente dizer que Mab (também é uma gíria para prostituta)e que não é bom quando está de mal humor, atazana a cabeça da mulheres que sonham com “beijos” e a sua imagem tem apelo sexual,(embora ela seja pequenininha)ao modo como ela é mostrada nos desenhos e na leitura que possa se fazer da fala de Romeu quando secreta para o amigo: -ontem tive um sonho “fumegante”- tem leituras que dizem que aquele “sonho” e induzido por drogas quando Romeu diz: Paz, paz Mercucio! Paz! ROMEU - Tive um sonho esta noite. MERCÚCIO - Oh! Eu também. ROMEU - Sobre quê? MERCÚCIO - Sonho algum verdade tem. ROMEU - Quando dormimos tudo neles cabe. MERCÚCIO - Oh! Visitou-vos a Rainha Mab. BENVÓLIO - Quem é a Rainha Mab? MERCÚCIO - É a parteira das fadas, que o tamanho não chega a ter de uma preciosa pedra no dedo indicador de alta pessoa. Viaja sempre puxada por parelha de pequeninos átomos, que pousam de través no nariz dos que dormitam. As longas pernas das aranhas servem-lhe de raios para as rodas; é a capota de asa de gafanhotos; os tirantes, das teias mais sutis; o colarzinho, de úmidos raios do luar prateado. O cabo do chicote é um pé de grilo; o próprio açoite, simples filamento. De cocheiro lhe serve um mosquitinho de casaco cinzento, que não chega nem à metade do pequeno bicho que nos dedos costuma arredondar-se das criadas preguiçosas. O carrinho de casca de avelã vazia, feito foi pelo esquilo ou pelo mestre verme, que desde tempo imemorial o posto mantém de fabricante de carruagens para todas as fadas. Assim posta, noite após noite ela galopa pelo cérebro dos amantes que, então, sonham com coisas amorosas; pelos joelhos dos cortesãos, que com salamaleques a sonhar passam logo; pelos dedos dos advogados, que a sonhar começam com honorários; pelos belos lábios das jovens, que com beijos logo sonham, lábios que Mab, às vezes, irritada, deixa cheios de pústulas, por vê-los com o hálito estragado por confeitos. Por cima do nariz de um palaciano por vezes ela corre, farejando logo ele, em sonhos, um processo gordo. Com o rabinho enrolado de um pequeno leitão de dízimo, ela faz coceiras no nariz do vigário adormecido, que logo sonha com mais um presente. Na nuca de um soldado ela galopa, sonhando este com cortes de pescoço, ciladas, brechas, lâminas de Espanha e copázios bebidos à saúde, de cinco braças de alto. De repente, porém, estoura pelo ouvido dele, que estremece e desperta e, aterrorado, rezauma ou duas vezes e, de novo, põe-se a dormir. É a mesma Rainha Mab que a crina dos cavalos enredada deixa de noite e a cabeleira grácil dos elfos muda em sórdida melena que, destrançada, augura maus eventos. Essa é a bruxa que, estando as raparigas de costas, faz pressão no peito delas, ensinando-as,assim, como mulheres, a agüentar todo o peso dos maridos. É ela, ainda... ROMEU - Paz, Mercúcio! Paz! Muito Obrigado pelo espaço e Até. 


texto adaptado de
http://vestidosestruturados.blogspot.com.br/
acesso em 02\09\2012 ás 02:09