domingo, 2 de setembro de 2012

Romeu e Julieta: a cena do baile

     A cena a seguir pertence ao filme Romeu + Julieta (1996), dirigido por Baz Luhrmann e estrelado por Leonardo DiCaprio e Claire Danes. O longa-metragem é uma adaptação moderna da tragédia de Shakespeare e o trecho corresponde ao Ato I, Cena V.


     Há muitas coisas interessantes a serem apontadas sobre essa adaptação: na cena anterior, Mercúcio oferece a Romeu um comprimido de ecstasy, em uma clara referência aos sonhos provocados pela Rainha Mab. As caracterizações das personagens no baile fazem alusões diversas: Romeu está fantasiado de cavaleiro, Julieta como um anjo, Tebaldo usa chifres de diabo e Mercúcio, uma das personagens que introduzem humor à peça, se veste como uma drag queen
     Apesar de algumas modificações, Romeu + Julieta mantém em sua essência a mesma trama da peça original de Shakespeare e os diálogos idealizados pelo autor.

(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana)

16 comentários:

  1. O texto "Romeo and Juliet" sofre um trabalho de roteirização para o cinema, e pode intencionar a aproximação dos tempos. No roteiro cinematográfico vemos aspectos que não são da época de origem, como exemplo, vestimentas, condutas relativas a dança, perfis comportamentais, uso de drogas tidas como contemporâneas, etc. Mas, o texto escrito é o de origem, o que pode explicar a aproximação citada.
    Os objetivos poderão ser os de expor o conteúdo da natureza humana como imutável através dos tempos, e que apenas se alteram as circunstâncias em qualquer espaço que ocorram, pois estes dados são universais; quer significar, sempre presentes estarão o ódio individual, o ódio social, a inveja, a luxúria, a maldade, os interesses escusos, a interferência que prejudica a vida do outro, o infortúnio, a tentativa frustrada de realizar a pacificação por poucos realizada, e o AMOR (todos presentes em "Romeo and Juliet"), quando estraçalhado pelos fenômenos citados que incorporam o ranço social, servem para justificar o conteúdo da natureza pérfida e perdida do homem durante a fluição dos tempos no mundo.

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  2. Adaputação do este filme "Romeu e Julieta" de Shakespeare no original é muito interessante. Alterou para os tempos modernos, mas as palavras são utilizadas como no época e foi substituído pela rivalidade entre as duas famílias para combater as duas máfias através da realidade contemporâneo. Fase da história (cidade fictícia) Verona Beach, Brasil. Portanto, usando um vestido de camisa havaiana, o castelo se torna uma batalha que envolve a cidade, ao invés de arranha-céus em um duelo, pela espada. É a "Espada" é o nome da marca da arma. Diferença entre original e este filme é morte do Romeu e Julieta no última cena. Quando o Romeu está morrendo, a Julieta está lado dele e depois de morte do Romeu, a julieta atirou na sua cabeça, o imagem foi muito impacto do que origem de Shakespeare.

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  3. Thaiana :

    No artigo crítico que a professora mandou para o unipos sobre Romeu e Julieta a rainha Mab é uma instigadora dos sonhos , pode ser associada a algo parecido com a abordagem de Freud sobre a satisfação dos desejos através dos sonhos.

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  4. Bom dia a todos! Jorge, achei bem interessantes seus comentarios! So gostaria de salientar que embora esses sentimentos sejam comuns a todos os seres humanos, em todas as épocas, sua expressão vai depender do contexto histórico e cultural.

    Akemi
    Gostei muito tambem de seu comentário. Porque acha que o diretor introduziu mudanças na morte de Julieta no final da peça?Poderia comentar

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    1. Fernando Ribeiro da Silva9 de novembro de 2012 às 08:18

      Professora,após ver o filme, ler seu comentário e o da Akemi, creio que o final tenha sofrido alterações para que pudesse condizer com o restante das alterações realizadas. Creio que o Diretor tenha realizado tais alterações pois, se o filme tratava de uma guerra entre máfias seria estranho alguém morrrer envenenado. Por isto a tal arma no final.

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  5. Heloisa Rocha Pires
    A cena do baile é belíssima, todos estão caracterizados por fantasias que expoem um lado das personagens - Julieta /anjo, Pai Capuletto/imperador romano, Tebaldo /diabo, Romeu/cavaleiro medieval...O comprimido que Romeu toma é LSD,muito conhecido nas baladas da minha juventude, uau...também fui jovem!!!! Mas Romeu é o mocinho, coloca a cabeça na água, vomita e está pronto para a visão de Julieta. Os dois amantes, separados pelo aquário,novamente a metáfora da água, só que ainda não estão mergulhados nela, mas sim separados por ela, namorando, em extase. Quando decobrem, após o beijo, que são Capuletto e Montecchio, a cena muda, a música muda, a mímica visual muda.... é a tragédia que se anuncia.

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    1. O filme trouxe para a atualidade a trama que encanta a todos trazendo nessa adaptação elementos como a música, o senário, facilita a analize porque antes isso só era possivel ser feito atravez das falas dos personagens. Adorei ver os personagens vestindo fantasias que dizem um pouco sobre sua personalidade, assim como dito pelos colegas anteriormente.

      Hellen Pamela

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  6. É muito interessante poder observar como Romeu e Julieta se transformaram no século XXI. Apesar de todas as mudanças, o amor, sincero e contagiante, ainda prevalece nas cenas. Por exemplo, quando eles param entre o aquário e ficam se admirando, sem dizer nada, o público consegue identificar toda a sinceridade do amor primeiro, sem malícia ou crueldade.
    A descoberta de que são de famílias inimigas traz a tristeza tanto no fundo sonoro quanto à cena em geral, predizendo aos espectadores o quão triste poderá vir a ser a linda história de Romeu e Julieta, que se não fosse por sua famílias rivais, teria tudo para ser incrivelmente apaixonante e com um final feliz.

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  7. Percebo que as imagens falam mais por si. Na obra o imaginário fica por conta de cada leitor, de como cada um enxerga o amor,sente o amor.
    Nas cenas deste filme em tempos modernos é preservado os símbolos mais fortes que fazem perceber o amor: o olhar,a respiração, o toque, o cheiro, as palavras, O BEIJO, contato maior que o amor verdadeiro permite ao se encontrar.
    Beijo não é pecado segundo Romeu; é a ORAÇÃO DO AMOR. É O ENCONTRO, A TROCA DA ENERGIA DA ALMA. O MEU E O SEU PECADO SE TRANSITAM.
    Mas ao descobrir que pertencem de famílias inimigas, será que o "pecado" retorna?
    Causa inquietação, mas o AMOR É MAIOR, segundo Julieta, ao ver seu amor partir.
    Ainda que fatores sociais, economicos,possam interferir em nossas vidas, o AMOR sempre prevalecerá, porque fomos feitos do amor, a nossa natureza mais intrinseca é o AMOR. Nascemos, vivemos e morremos querendo o AMOR.

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  8. Essa cena é belissima como bem disse nossa colega Heloisa, tudo bem construído percebe-se a intimidade do roteirista com a obra, (perfeição e riqueza de detalhes). Toda ação narrativa está entrelaçada com as imagens. Percebemos a emoção e a intensidade do casal apaixonado.

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  9. A cena do baile juntamente com a do balcão, para mim mera leiga ,mostra um Romeu meio perdido em seus sentimentos até vir Julieta, Rosalina era quem fazia parte de sua vida sem nem mesmo notá-lo, mas a cena do balcão, que na peça é realmente o que encanta no filme ao meu ver deixa a desejar, mesmo conservando a poética elisabetana
    tira a magia, na minha leitura o fato de Romeu ficar embaixo e Julieta em cima transmite o inatingível, aquilo que se quer conquistar mas tem algo impedindo esta concretização.

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  10. A transposição do texto para o filme ficou magnífica, o autor conseguiu usar elementos do séc. XXI, como dito por alguns colegas, mas ainda assim manteve a inocência do amor entre Romeu e Julieta.
    É interessante observar como alguns diálogos do texto original são substituídos por olhares e pela trilha sonora, no texto original Teobaldo antecipa a tragédia ao dizer a seu tio:

    "A paciência assim imposta em união com minha cólera tenaz fazem tremer minhas carnes em choques opostos. Retirar-me-ei, mas esta intrusão, que agora parece doce, ainda se transformará em fel amargo."

    No filme, esta antecipação é apresentada no momento em que a ama diz à Julieta que Romeu é um Montecchio, a troca de olhares entre Julieta (no alto da escada) e Romeu (no salão) unida à trilha sonora gera o início do clímax.

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  11. O mais interessante é a forma com que os personagens são mostrados no baile, suas fantasias estão intimamente ligadas ao papel de cada um na tragédia, apenas Mercúcio serve como elemento cômico e reforça a idéia de como seria um baile assim nos dias de hoje.

    É muito linda a cena do reencontro de Romeu e Julieta, há muita inocência de pureza entre os dois.

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  12. Silvana Bueno

    Eu, particularmente, não gosto muito dessa adaptação. Embora, a atuação do ator Leonardo DiCaprio esteja impecável, como sempre, eu acho que se perdeu o encanto da obra original. O filme foi adaptado para outro momento, portanto, seria necessário que, por mais que se mantivesse a essência da obra original, fossem feitas mudanças para que os temas abordados se tornassem próximos da nossa realidade, mas, em minha opinião, é um filme muito “poluído”. Essa poluição é tanto visual quanto sonora.

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  13. Vejo no mundo das artes (como é o caso do cinema, por exemplo)uma oportunidade de experimentação (um laboratório), onde se permite reescrever obras clássicas, como Romeo and Juliet, adaptando-as ao contexto historico-cultural presente; portanto, a transposição (de uma obra que foi produzida para teatro)para o cinema atual, por mais próxima que esteja do roteiro original, vai, impreterivelmente, trazer as marcas pessoais do produtor que a está manipulando e, em ambas as produções a qualidade (ou não) da obra passará pela leitura pessoal de cada público.
    Maria das Dores

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  14. Nos bailes os autores aproveitam para fazer seu personagens interagirem naturalmente, em Romeu e Julieta não é diferente. O baile é uma atividade social cujo objetivo é fazer com que as pessoas se encontrem, dancem e convivam. Shakespeare aproveita esse evento para fazer com que os dois não só se encontrassem mas também que sua paixão fosse despertada. Se um deles fosse parte da plebe e não da nobreza talvez o autor tivesse que fazer uso de outra forma de unir suas personagens pois, a diferença de classe não permitiria tal aproximação num evento social como esse.
    Sandra Severo

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