sábado, 15 de setembro de 2012

Romeu e Julieta: a cena final

Segue a cena final do filme Romeu + Julieta (1996), que corresponde ao Ato V, Cena III da peça de Shakespeare.


(Postado pelo grupo do Diego, Letícia Siqueira, Liliane, Sandro e Silvana).

18 comentários:

  1. Thaiana

    Essa cena realmente faz eu retirar o que disse, sobre ter achado muito estranho e descontextualizado a proposta desse filme,fica eternizada a capacidade das falas de Shakespeare traduzirem sentimentos humanos de uma forma que atinge o espectador depois de séculos , provavelmente com uma intensidade parecida com a da primeira vez que foi encenada. Emocionante a forma que continua passando a mensagem do resultado que o ódio

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    1. Alcilene

      É impressionante como a beleza do lirismo se mantém nessa cena, mesmo sendo
      perseguido por helicópteros, parece que os passos até Julieta continuam sendo pesados e sofridos, a morte deles então... mesmo a dela sendo com revolver não tira a delicadeza de como a tragédia foi construída.

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    2. Hellen

      É um texto que já sabemos o final, mas, mesmo assim não deixa de emocionar e causar admiração pelo quanto a fala dos personagens abrange sentidos eternos , passando uma impressão que pode causar estranhamento sim, porém ao mesmo tempo mostra a beleza e profundidade que as palavras revelam dos sentimentos humanos.

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  2. Rafael Oliveira

    A fala do príncipe por si já é uma lição de moral , interpretada por uma voz de autoridade contemporânea fica ainda mais claro e tocante de que o que morreu foram os amantes e que isso de maneira alguma pode deixar morrer o amor , que tanto lutou para superar o ódio.

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  3. O ódio só alimenta a ele mesmo, porque há ódio exalado por pessoas e exemplificado por situações vistas através da criação genial de Shakespeare em "Romeo e Julieta"; foram envolvidos políticos, famílias e a sociedade da época. Hoje os confrontos continuam presentes nas famílias, na política e na sociedade em um contexto mundial; a guerra civil pincelada entre Capuletos e Montéquios, hoje nos mostra em um quadro formado por pincelada a pincelada sem previsão do toque final desta pintura, da América ao Oriente, de cristãos e de judeus a mulçumanos; de democracias à ditaduras. A beleza técnica da cena final do filme confronta com o desalento com o futuro.

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  4. O filme postado no blog, relata a mesma cena da obra, mas dentro de outro contexto social. Neste caso as cenas presentes no filme pode ser vista sob dois ponto de vista:
    1- Transmutação
    2-Transposição
    Qual o termo mais adequado a esta recontextualização?

    "Antonio Marcos"

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    1. Antonio
      Bom dia! Acho que os dois. O que você acha? Qual seria sua explicação para esses termos?

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  5. A fala do Príncipe no final "alguns serão perdoados, outros serão punidos", ao meu ver Shakespeare se "retrata" com a Igreja Católica, pois para a Religião quem comete suicídio vai para o Inferno, mas a morte aqui foi em nome do sublime Amor, por este motivo seria perdoável?...

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    1. Bom dia a todos? Como vocês responderiam ao comentário de Eunice, levando em consideração as nossas discussões de sala de aula?

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  6. Concordo com o comentário da Eunice sobre o fato de alguns serem perdoados e outros punidos. É verdade que a morte ocorreu por causa de um amor sublime, puro e genuíno. Mas, mesmo assim, ao cometer suicídio, a pessoa interrompe a vida de maneira brusca. Que fica sem passar por aquilo que estava planejado para ela em vida. Assim, é bem possível que os planos que Deus tinha para aquela pessoa tenham sido incompletos. Isto é próximo ao que pensam aqueles estudiosos de espiritismo. Não quero dizer que esta seja a idéia correta ou não, todavia, seguindo esta linha nada justificaria o suicídio, nem mesmo um grande amor como este. Pode-se concluir que as personagens preferiam enfrentar qualquer coisa, por mais difícil e ruim que fosse, do que se contentarem com a distância entre eles para aparentemente ficarem bem com a sociedade, a própria vida e juntamente com a sua pós-vida.

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  7. Esta cena, ao meu ver, foi a parte mais marcante do filme, pois causa um choque, primeiro pela cena do suicídio, que é bastante forte e levanta sérias discussões religiosas (como os comentários dos colegas acima, Eunice e Carlos). Depois há " Uma lúgubre paz que acompanha esta Alvorada", ou seja, quando os CapuletoS e MontecchioS se olham e percebem a triste inconsequência de suas rivalidades.
    E por último o comentário do Príncipe, que foi transposto no filme por um noticiário local. A cena da TV, com um fundo preto, demonstrando um luto, um vazio. Esta mudança não poderia ser melhor. Este Fim, na minha opinião, mostrou que apesar do amor ter vencido o ódio entre as famílias, sempre há perdas e ganhos na vida.

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  8. Verdade Michael, o "ódio" é um desalento eterno e nele qualquer sentimento de amor que possa surgir por qualquer fato soa falso, e, incomparável com o ânimo do "amor" infinito. Shakespeare descreveu esses sentimentos de modo eloquente em "Romeo and Juliet"
    Feliz em vê-lo participar, a vida percorre no ânimo que a ela concedemos.

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  9. Esta cena, na minha opinião valeu pelo filme, eu achei que não iria gostar, pois no início o filme me pareceu uma caricatura da obra. Mas de fato, essa cena mostra a verdadeira seriedade que uma tragedia deve ter. Também pude entender o porque que o diretor manteve as falas próximas as usadas na obra. A única pena é Julieta não ter se matado com um punhal como na original, mesmo assim, essa parte final do filme ficou perfeita.

    Em relação ao suicídio ao meu ver como católica, independente do amor, ambos são punidos. "Deus não dá uma cruz maior do que se pode carregar" um deveria conviver com a morte do outro e eles foram casados "até que a morte os separassem", mas eles quiseram permanecer jutos até na morte.

    Mas se fosse terminar com um final feliz, não seria tragedia, não é? Não seria Shakespeare.

    Nos dias de hoje, tantos relacionamentos terminam com morte, suicídios e crimes passionais. A arte imita a vida ou a vida imita a arte?

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    1. Hear, hear!!! Acho que todo mundo precisa ler o comentário de Ana Paula e responder.

      Eu achei bem interessante a maneira como ela enxerga o filme a partir da peça e vice-versa. A respeito do tema do suicidio, embora todos lemos um texto a partir das 'nossas leituras previas'(neste caso, a nossas crenças religiosas), por um momento, reconsiderem o caso da 'morte dos amantes' a partir do contexto da peça:
      1) Porque eles morrem? Quais são as causas que levam a sua morte?
      2) O que significa sua morte para a sua sociedade?
      3)

      Voltem a ler as últimas palavras do príncipe; de alguma maneira, Shakespeare fala através dele...

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    2. Fernando Ribeiro da Silva9 de novembro de 2012 às 08:02

      Creio, que é somente através da morte que ambos conseguem encontrar a paz necessária para que pudessem vivenciar seu amor. Contudo, fica implicito que muitas vezes numa sociedade, o eu é suprimido pelo o que a sociedade e a familia espera. Neste caso, a guerra das familias levou a uma situação que somente a morte daria a Romeu e Julieta a oportunidade de que precisavam

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  10. Uau!!!!Que cena!!!Achei que o diretor do filme trouxe para este final um algo a mais.Um thriller! Não dá pra segurar os batimentos cardíacos, quando Julieta começa a dar sinais de vida. Pobre Romeu, tão absorto em sua desgraça, não percebe seus movimentos...É mais emocionante do que a peça´original o fato de Julieta perceber que ele vai morrer. Quando "o pacto sem data" se consuma,o tema da ópera Tristão e Isolda, de Wagner, vai surgindo como fundo,aumentando, gradativamente, com as frases musicais que se repetem, é uma linda intertextualização dos gêneros teatral e musical. Os flashbacks lembram o delírio da morte. No fim, a água, metáfora usada várias vezes para o amor maduro e sensual de Romeu e Julieta.Adorei!Não consigo falar mais nada, isso aí pegou fundo. Sorry.( Heloisa Rocha Pires)

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  11. Heloisa Rocha Pires 10/11/2012
    Uau!!!!me esqueci de por meu nome no comentário acima. Foi a emoção.Quase dois meses de atraso, se não fosse a pescaria que estou fazendo para a postagem da APS,coletando textos, passaria em branco. Sorry professora e colegas de blog.
    Bom, já que estou aqui, vou responder Ana Paula:
    Foi a incompreensão que levou os dois amantes à morte, e o que esta significou para seus pais foi uma nova visão da vida, com mais tolerância, amor.

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  12. A releitura cinematográfica ficou mais para uma "teatralização filmada" essa refilmagem da tragédia de Shakespeare não tem o mesmo tom de suavidade que os primeiros filmes, por exemplo o de 1968. Contudo a mensagem que o autor da tragédia queria que fosse mostrada em todas as produções não faltou, ou seja, o amor verdadeiro não reconhece rivalidade, inimizade nem tampouco intolerância e incompreensão. O amor verdadeiro transcende a tudo isso, as famílias tiveram que aprender da pior maneira que toda diferença pode ser deixada de lado quando o que está em jogo é o Amor.
    Sandra Severo

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