Nascimento: Entre 24 de janeiro e 19 de junho de 1572 (Londres, Inglaterra).
Morte: 31 de março de 1631 (Londres, Inglaterra).
Estilo e gênero: Um dos grandes poetas metafísicos de sua era, sua poesia apresenta um misto de engenhosidade, paixão, erudição e sagacidade.
Principais obras
- Poesia:
Poems, 1633 (publicação póstuma)
- Sermões:
LXXX Sermons, 1640 (publicação póstuma)
Fifty Sermons, 1649 (publicação póstuma)
XXVI Sermons, 1660 (publicação póstuma)
- Prosa:
Pseudo-Martyr, 1610
Ignatius His Conclave, 1611
Devotion Upon Emergent Occasions, 1624
Essays in Divinity, 1651(publicação póstuma).
John Donne pertencia a uma família católica de destaque em um tempo em que era perigoso seguir abertamente essa fé. Seu pai foi um próspero funileiro e a mãe era filha de John Heywood, o dramaturgo. Donne foi educado em Oxford e depois na Universidade de Cambridge, mas não pôde obter diploma dessas instituições por conta da sua religião. Aos 20 anos, ingressou em Lincoln's Inn para estudar Direito. Porém, apesar de sua evidente inclinação para o aprendizado, quando jovem era também mulherengo e aventureiro. Em 1596, Donne partiu de navio na expedição de Cádiz e depois, com Walter Raleigh, em 1597, foi caçar tesouros de navios afundados nos Açores. Seus poemas "The Storm" e "The Calm" (ambos de 1597) lembram essas experiências.
Em 1601, Donne tornou-se membro do parlamento representando Brackley, mas essa carreira civil altamente promissora foi arruinada quando ele se casou secretamente com uma adolescente, Anne More. A união aconteceu à revelia do pai de Anne e Donne passou algum tempo na cadeia. Em consequência, aos 14 anos seguintes de sua vida foram profissionalmente pouco auspiciosos e marcados por problemas financeiros. Donne acabou caindo nas graças de Jaime I, que recomendou que ele procurasse uma carreira na Igreja, conselho que ele seguiu com muito sucesso até sua morte em 1631. com o passar do tempo no púlpito, o poderoso conteúdo de seus sermões atraiu muita atenção e elogios. Os escritos religiosos também o ajudaram a obter um doutorado na Universidade de Cambridge e a disputadissíma reitoria da catedral de Saint Paul. Esses sermões foram publicados postumamente em três volumes.
Muito da poesia de Donne é difícil de ser datado. Porém, costuma haver consenso em atribuir seus poemas de amor e sátiras à juventude e a poesia mais devota. Bem como os sermões, aos tempos em que serviu à Igreja. Embora seus escritos circulassem amplamente durante sua vida, o grosso de sua obra só foi publicado após a sua morte.
A poesia mais antiga de Donne em geral é francamente sexual e pode ter sido inspirada pelo relacionamento físico muito próximo com sua mulher, que lhe deu 11 filhos, embora nem todos tenham sobrevivido à infância. A luta do escritor com a fé católica e sua subsequente conversão à Igreja anglicana são expressas em polêmicas obras em prosa, como Pseudo-Martyr (1610) e Ignatius His Conclave (1611).
Em 1601, Donne tornou-se membro do parlamento representando Brackley, mas essa carreira civil altamente promissora foi arruinada quando ele se casou secretamente com uma adolescente, Anne More. A união aconteceu à revelia do pai de Anne e Donne passou algum tempo na cadeia. Em consequência, aos 14 anos seguintes de sua vida foram profissionalmente pouco auspiciosos e marcados por problemas financeiros. Donne acabou caindo nas graças de Jaime I, que recomendou que ele procurasse uma carreira na Igreja, conselho que ele seguiu com muito sucesso até sua morte em 1631. com o passar do tempo no púlpito, o poderoso conteúdo de seus sermões atraiu muita atenção e elogios. Os escritos religiosos também o ajudaram a obter um doutorado na Universidade de Cambridge e a disputadissíma reitoria da catedral de Saint Paul. Esses sermões foram publicados postumamente em três volumes.
Muito da poesia de Donne é difícil de ser datado. Porém, costuma haver consenso em atribuir seus poemas de amor e sátiras à juventude e a poesia mais devota. Bem como os sermões, aos tempos em que serviu à Igreja. Embora seus escritos circulassem amplamente durante sua vida, o grosso de sua obra só foi publicado após a sua morte.
A poesia mais antiga de Donne em geral é francamente sexual e pode ter sido inspirada pelo relacionamento físico muito próximo com sua mulher, que lhe deu 11 filhos, embora nem todos tenham sobrevivido à infância. A luta do escritor com a fé católica e sua subsequente conversão à Igreja anglicana são expressas em polêmicas obras em prosa, como Pseudo-Martyr (1610) e Ignatius His Conclave (1611).
UMA FUSÃO DE SANGUE
Na tradição metafísica, boa parte da poesia de amor de Donne funde duas ideias disparadas para criar outra, elaborada e extravagante (uma metáfora engenhosamente ampliada), que une os aspectos emocionais e intelectuais. Em "A pulga", poema que se dirige ao objeto um amor não correspondido, Donne descreve como a pequenina praga sugou sange de ambos. Esse incidente, ligeiramente desagradável, é transformado em causa para a celebração romântica, quando a fusão do sangue se transforma em símbolo do casamento, do sexo, da procriação, tudo ao mesmo tempo. O poeta usa essa concepção para defender sua união real.
Texto retirado do livro : 501 grandes escritores - Editor geral: Julian Patrick, com prefácio de John Sutherland - RJ: Sextante, 2009
Thank you, Adriane. Please, for next Wednesday, read the comments on John Donne posted by Adriane and read the first stanza of his poem "The Flea". We will discuss it in class:
ResponderExcluirTHE FLEA.
by John Donne
MARK but this flea, and mark in this,
How little that which thou deniest me is ;
It suck'd me first, and now sucks thee,
And in this flea our two bloods mingled be.
Thou know'st that this cannot be said
A sin, nor shame, nor loss of maidenhead ;
Yet this enjoys before it woo,
And pamper'd swells with one blood made of two ;
And this, alas ! is more than we would do.
Liliane Lima
ExcluirJohn Donne é um poeta conhecido pela metáforas que usa em seus poemas. No poema The flea, a metáfora utilizada para iniciação no amor é bem interessante é tem até toques de humor.
Uma pulga, uma picada, um pouco de sangue, tudo remete ao rito de passagem para as mulheres com relação a sexualidade. Além de tratar do prazer e não somente da dor.
Heloisa Rocha Pires 20/09/12
ResponderExcluirGostei muito do poema "The Fea", Realmente tem um apelo sexual muito grande: "it sucked...not a sin...not a shame...two bloods mingled... me pareceu também popular, de fácil entendimento a um leitor comum, como eu.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirThaiana
ResponderExcluirA poesia metafísica de Donne contrasta vigorosamente
com a cavalheiresca. Não que ele não cantasse o amor;
fazia-o, porém com outro compasso.(CEVASCO & SIQUEIRA,Rumos da literatura Inglesa)Elas dizem também que o próprio Donne escreveu
poesia religiosa, embora a impressão que ela nos passa é
mais de brilhantes discussões com Deus, temperadas pelo
medo e pela dúvida, do que de devoção sincera a Ele.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirComo citado no comentário feito pelo grupo, o poema "A pulga", usando de muita metáfora e comparações mostra um pouco do estilo um tanto satírico de Jonh Donne. Ele criticava de maneira sutil os costumes da sociedade inglesa e na maioria dos seus poemas e metáfora é o grande elemento que serve para envolver o leitor e fazê-lo pensar.
ResponderExcluirGostei muito do jogo de metáforas que John Donne faz entre a "The Flea" e a união do dois, com apelo sexual como disse a Heloisa. Achei está pequena análise de João Adolfo Hansen que parece bastante interessante. "The Flea, o corpo negro do inseto é figurado pela metáfora "escuro templo", obtida por meio das categorias substância material e qualidade. Porque sugou o sangue do homem que fala a mulher também picada e porque o casamento é a fusão de sangues e os sangues de ambos misturados no interior da pulga, Donne conclui que estão casados... o inseto que os picou é o "templo", o "escuro templo".
ResponderExcluirMichael, bem vindo! Excelente leitura. Seria muito bom se pudesse mostrar as estrofe na que essa união é re-criada no poema.
ResponderExcluirAbs
Cielo
Obrigado Cielo. Então, pude observar nas seguintes estrofes essa união (re)criada: "It suck’d me first, and now sucks thee,
ResponderExcluirAnd in this flea our two bloods mingled be."
Neste trecho temos a fala do Homem se dirigindo a mulher, e a mistura dos sangues, que de certa maneira formou-se uma união. Essa união também pode ser observada nas seguintes estrofes:
"Our marriage bed, and marriage temple is.
Though parents grudge, and you, we’re met,"
Aqui observa-se que mesmo contra os pais dela, a união se deu. Na tradução de Jorge de Sena aparece a seguinte expressão "Templo de núpcias", e isso nos remete a metáfora que João Adolfo Hansen descreveu.
Este poema exemplifica o amor metafísico explorado por Donne. Uma simples pulga é transformada em símbolo de amor e sensualidade. Na passagem "It suck'd me first, and now sucks thee,
ResponderExcluirAnd in this flea our two bloods mingled be." a pulga não só chupa o sangue como também se mistura ao outro ser, representando assim a união de um casal, momento em que homem e mulher se tornam um.
Segundo MOISÉS(2004-p.361)"[...]a poesia exprime-se por intermédio de metáforas, tomadas no sentido genérico de figuras de linguagem, significantes carregados de mais de um sentido, ou conotação.[...]as várias conotações assinalam a complexidade emotivo-rítmico-conceptual do "eu"."
ResponderExcluirDonne usa a pulga como metáfora da união sentimental e sexual com sua amada misturando o sangue e o gozo num só momento extremamente sensual.
Silvana Bueno
ResponderExcluirA poesia de John Donne mostra que com a união do sangue dos dois, eles estarão ligados para sempre. Para o poeta, essa é a verdadeira celebração romântica entre ambos.
Algo comentado em sala de aula que, para mim, foi uma descoberta é a questão do "terceiro olho do poeta" que o caracteriza como "metafísico". Penso que somente um diferencial como esse para dar subsídio tão peculiar a escritores como John donne.
ResponderExcluirMaria das dores
Na breve introdução sobre John Donne podemos perceber o estilo realista, algumas sátiras e cheio de metáforas, ele também foi um dos poetas mais expressivos do renascimento, como grande parte da sala comentou “A Pulga” está relacionada ao ato sexual. Outra poesia repleta de metáforas é a ELEGY XX - TO HIS MISTRESS GOING TO BED, que Donne comparou as carícias à exploração da América. O poeta metafísico abrange os temas entre a emoção e o engenho intelectual, o conflito entre a fé e a razão, o desejo espiritual e carnal – relação entre pensamento e sentimento.
ResponderExcluirJohn Donne fabrica um trabalho poético essencialmente erguido no mundo metafórico; mas, o uso destas metáforas não se davam como indicadores simples do desejo de metaforizar, mas, ampliava na junção uma nova realidade que precisava ser explicitada pelo véu da mataforização. O seu tempo inglês, a sociedade em que vivia, o seu embate entre o cristianismo católico e o anglicano são alguns dos caminhos perpetrados por Donne na construção altamente criativa, engenhosa, e imaginativa de sua obra literária.
ResponderExcluirO Poeta mostra que para mostrar a exaltação do amor, mesmo não podendo dizer explicitamente aquilo que se está sentindo, dada sua origem (família religiosa), a época cuja religião comandava até mesmo as produções artísticas. Donne através de seu poema expõe até a eroticidade ao escrever como se fora em códigos que somente poucos poderiam entender. Viva as metáforas!
ResponderExcluirSandra Severo
Amor metafísico, transcendental.
ResponderExcluirGrande apelo sexual.
O autor utiliza muitas comparações e principalmente metáforas. Isso caracteriza a obra de Jonh Donne. Fica claro esse grande apelo sexual citado pela Heloisa.
ResponderExcluirDiego Candido