quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Soneto CXVI

A sagrada união de almas duas, fiéis, Entraves não admito: amor não é amor Que se altera se encontra alguma alteração, Ou se inclina a mudar ao ver o que é mutável. Oh! não,é sempre um marco eternamente erguido; Imóvel, testemunha, o furor da tormenta; Astro a que toda nau errante se reporta, De incógnito valor, se bemque mensurável. Não é do Tempo o bôbo, embora venha a sua Curva foice atingir faces e lábios rubros Não lhe abalam o curso horas breves, semanas; Até a hora da morte ele fica imutável. Se puderem provar que me tenha enganado, Eu jamais escrevi, ninguém jamais amou. Boa noite a todos, Heloisa Rocha Pires

10 comentários:

  1. Temos aqui um ato reflexivo sobre o amor. Esta reflexão deve se tornar tão poderosa quanto o próprio amor; o amor que para ser amor somente se o peso do universo sobre as costas deste pode não lhe ameaçar o ato de um toque; aqui há a inatingibilidade ao sentimento maior...por isso, a mera reflexão não é possível ser, ela se internaliza na alma para que verdade tenha a natureza denominada amor.

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  2. Soneto CXVI - que na visão de Shakespeare define o amor como Casamento de Mentes Verdadeiras, perfeito e imutável e que não admite impedimentos. Ele também explica usando metáfora quando diz:"...a estrela-guia para navios perdidos que não é suscetivel a tempestades."
    É o ideal do extremo amor romântico, que não muda, não desaparece.
    O amor é o único ideal verdadeiro, pois Se ELE FOI MORTAL NUNCA NINGUÉM AMOU.
    É a convicção forte de um sentimento universal que as pessoas precisam resgatar, acreditar, se permitir - O AMOR.

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  3. Fernanda
    Tudo bom? Será que é a imagem do amor romântico ou do 'amor verdadeiro', esse que perdura apesar dos problemas, dos obstáculos e da passagem dos anos que faz com que, embora já não mais belos, ainda continuemos a amar e respeitar o outro?

    Jorge e Fernanda
    Que relação pode ser estabelecida entre o soneto e "Romeo and Juliet"?

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  4. Neste soneto Shakespeare nos mostra a idealização do "amor verdadeiro",(como ele deveria ser), assim como o amor de Romeo e Julieta.
    O casal enfrenta todos os conflitos e barreiras em nome deste amor, quanto mais difícil, mais apaixonados ficam. A entrega do casal e a morte selam este "amor verdadeiro".
    Já o amor romântico (acredito eu) ser apenas um sentimento platônico, sem contato, apenas uma pessoa ama, "talvez o amor de Romeo por Rosalina"

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  5. O amor entre Romeu e Julieta nos mostra o quanto um amor verdadeiro pode perdurar. Mas, infelizmente, acredito que esse tipo de amor só exista na ficção. O autor relata a história num curto espaço de tempo. Provavelmente, se eles tivessem vivido mais, e convivido com todos os acontecimentos do dia a dia, muito dessa beleza e desse encantamento não teria existido. Acredito que haja amor na vida real, mas não tão intenso como o deles. Talvez seja por isso que a histórias que lemos nos livros, os filmes e as novelas a que assistimos nos encantem tanto. Essas obras têm o papel de imitar a vida real, de projetar para tela do cinema ou da televisão a vontade do autor ou do diretor, mas não há o compromisso com a realidade, é a vontade do autor que prevalece. Por isso que amamos essas histórias de amor, porque gostaríamos de vivê-las. No soneto acima, há vários indícios de que o amor deles não era para ter sido vivido na terra. Há palavras como: sagrada, almas, eternamente, astro, morte, ou seja, palavras que nos remetem a outro plano.

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  6. O amor verdadeiro que aqui está em pauta, ao meu ver, não é impossível, mas sim difícil de ser encontrado e materializado. Muitos acreditam na inexistência do amor genuíno neste plano. Ou seja, na primeira dificuldade o casal se separa, pois é melhor deixar de ficar com aquela pessoa do que enfrentar obstáculos. No entanto, existem pessoas e casais que mesmo frente a inúmeras dificuldades acabam ficando juntos. Este fato, de casais ficarem juntos mesmo com dificuldades, pode chegar até a fortalecer o laço entre as pessoas. Pois se estas estão preparadas para os momentos de extrema adversidade, certamente vencerão todo o resto com facilidade. Em Romeu e Julieta vemos isto ocorrer, em outras palavras, os dois decidem por ficarem juntos enquanto tudo favorece pelo contrário e, ao invés de se acomodarem, investem nesse amor verdadeiro.

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  7. Esse soneto nos mostra como é um amor verdadeiro, um amor especial, como o de Romeu e Julieta, que, apesar das barreiras continua imutável, nem mesmo a morte pode superá-lo.

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  8. Realmente o soneto é uma visão que o poeta tem do amor, que nada é mais lindo, como diz o poema:'Até a hora da morte ele fica imutável", o amor entre Romeu e Julieta não mudou, continuou o mesmo, mas o que mudou através do amor foi briga entre as dua famílias.

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  9. Heloisa Rocha Pires 10/11/2012
    Na minha pescaria para postar os textos, deparei com o comentário da Alcilene.Adorei. Realmente para o amor verdadeiro não há tempo, e os amantes são sempre jovens!

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  10. Nesse Soneto, Shakespeare mostra o que é amor verdadeiro para ele e que não pode haver limitações ou condições quando se trata de um verdadeiro amor. Realmente é um belíssimo soneto.
    Sandra Severo

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